O queijo Gorgonzola, originário da cidade italiana de Gorgonzola, teve sua criação ligada a um erro histórico, mas hoje é um símbolo de produtos com indicações geográficas protegidas, como o presunto de Parma e o champanhe. Essas denominações específicas estão sendo protegidas pelo acordo recentemente assinado entre o Mercosul e a União Europeia, que visa evitar que produtores fora das regiões originais utilizem esses nomes para produtos que não têm a mesma origem. O acordo, que inclui 358 indicações geográficas da União Europeia, estabelece regras para a comercialização de produtos como queijos e bebidas destiladas.
Além das proteções gerais, o acordo contém exceções para sete itens que podem ser produzidos no Brasil, como os queijos Gorgonzola, Parmesão e Grana Padano, desde que a embalagem do produto não faça referência à origem europeia, como bandeiras ou imagens. O nome da marca brasileira precisa ser maior do que a indicação geográfica, evitando confusão com os produtos europeus. Essa flexibilização permite que os produtores locais continuem oferecendo esses itens sem a necessidade de criar nomes alternativos.
O acordo também lista uma série de produtos brasileiros com indicações geográficas, como a cachaça e o queijo da Canastra, que agora são reconhecidos no bloco europeu. Embora muitos produtos europeus estejam protegidos por essas indicações, a União Europeia também reconheceu 222 produtos do Mercosul. A pesquisa revela que produtos com indicação geográfica tendem a ser mais caros, refletindo a reputação e qualidade associadas à sua origem, o que pode beneficiar os produtores desses produtos exclusivos no mercado internacional.