As ações do Banco Pan (BPAN4) apresentaram desempenho negativo desde a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024, com queda de 6,5% no dia do anúncio, apesar de um lucro 4% acima do esperado pelo mercado. Esse resultado coincidiu com a reação aos resultados das eleições nos Estados Unidos, que geraram preocupações sobre a possibilidade de tarifas mais altas. Desde então, o banco acumula uma perda de 19%, enquanto o Ibovespa recuou apenas 6% no mesmo período. Além disso, o mercado tem demonstrado incertezas em relação à implementação do IFRS 9, que pode impactar o patrimônio líquido da instituição.
Apesar da performance negativa recente, o UBS BB manteve uma recomendação neutra para o Banco Pan, com preço-alvo de R$ 10,80. A instituição destaca que as ações estão negociando com um desconto em relação à média histórica, com um múltiplo P/BV cerca de 50% abaixo do BTG Pactual, o que sugere que, a longo prazo, o banco pode ter uma perspectiva mais positiva. Contudo, o UBS BB também aponta que a inadimplência é uma preocupação, especialmente devido à composição da carteira de crédito mais arriscada e à maior necessidade de provisões operacionais, principalmente após a implementação do IFRS 9.
Para 2025, o Banco Pan aposta no crescimento de financiamentos de veículos, que devem continuar sendo o principal motor de expansão, apesar das margens mais fortes. A carteira de empréstimos consignados, no entanto, deve apresentar resultados menos expressivos devido às condições desfavoráveis no mercado, enquanto a demanda por empréstimos pessoais e linhas de crédito para cartões tende a crescer, porém com uma gestão mais restritiva. O banco também prevê uma queda nas cessões de crédito, o que pode impactar suas receitas, mas as despesas com comissões devem diminuir devido à menor originação de empréstimos consignados.