Khalid Sheikh Mohammed, um dos detentos mais conhecidos de Guantánamo, estava prestes a se declarar culpado pelos ataques de 11 de setembro, em um julgamento que ocorreria no dia 10 de janeiro. No entanto, o governo dos Estados Unidos interveio para impedir a implementação de acordos judiciais que haviam sido negociados no ano anterior, adiando o processo. A decisão foi tomada após um tribunal federal suspender as audiências, o que causou uma nova reviravolta no caso. Com isso, o caso será transferido para o governo de Joe Biden, que deve decidir sobre os próximos passos.
O acordo judicial que estava em vigor permitiria que Khalid Sheikh Mohammed se declarasse culpado em troca de não ser condenado à pena de morte. No entanto, o governo americano argumentou que o cumprimento desses acordos prejudicaria o direito do público e das famílias das vítimas de ver os réus enfrentarem um julgamento público. As famílias das vítimas, que acompanharam de perto os desenvolvimentos do caso, expressaram frustração com o prolongamento do processo, considerando os acordos um caminho mais direto para a justiça, apesar de não serem completamente satisfatórios.
Guantánamo, onde o processo ocorre, continua sendo um ponto de controvérsia internacional devido ao tratamento dado aos prisioneiros e às práticas de interrogatório utilizadas. Desde a sua inauguração em 2002, a prisão tem sido criticada por organizações de direitos humanos, e a maioria dos detentos ainda não foi formalmente acusada. Com o tempo, o número de prisioneiros diminuiu, mas a situação continua gerando divisões sobre a forma de conduzir o processo e a busca por justiça para as vítimas dos atentados de 11 de setembro.