Nas últimas semanas, antes de sua posse, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que o Panamá deveria devolver o Canal do Panamá aos Estados Unidos e não descartou o uso de força militar para retomar o controle da área. Durante seu discurso inaugural, ele reafirmou essa posição, o que gerou um intenso debate sobre as implicações dessa ameaça, especialmente considerando o histórico de negociações que resultaram na devolução do canal ao Panamá em 1999. A decisão de transferir o canal foi um marco importante nas relações bilaterais, e os tratados assinados pelos EUA garantiram que a operação passasse totalmente para o controle panamenho.
A proposta de Trump de reverter décadas de política americana e recorrer à força militar para recuperar o canal seria um empreendimento significativo e controverso, dada a resistência potencial de outros países e os custos envolvidos. O Panamá, por sua vez, reafirmou sua soberania sobre a área, com declarações do presidente José Raúl Mulino em defesa da posse do território. Qualquer tentativa de intervenção militar exigiria uma grande quantidade de tropas e uma logística complexa, o que colocaria os Estados Unidos em um cenário de guerra terrestre, algo que o atual presidente tem criticado em relação ao envolvimento no Oriente Médio.
Além das questões políticas e militares, uma ação militar no Canal do Panamá afetaria diretamente o comércio global. O canal é uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, e qualquer interrupção significaria graves consequências econômicas. A proposta de Trump coloca em risco a estabilidade das relações internacionais, especialmente em um momento em que outras rotas comerciais, como o Canal de Suez, também enfrentam desafios. Retomar o canal seria uma tarefa árdua e com poucas chances de sucesso, colocando em dúvida a viabilidade de tal projeto.