A vitória expressiva de Donald Trump nas eleições de 2024 trouxe consigo uma série de desafios para as relações transatlânticas, especialmente no contexto europeu. A renovação de sua liderança sinaliza não apenas uma mudança nas políticas internas dos Estados Unidos, mas também um impacto significativo sobre as alianças históricas da Europa com a América. Se a presidência de Trump entre 2017 e 2021 já havia gerado tensões, o retorno do republicano em 2025 promete acirrar ainda mais esses dilemas, dividindo a Europa entre questões práticas e eleitorais.
No campo das relações bilaterais, a Europa se prepara para enfrentar um possível abandono do apoio à Ucrânia e uma negociação de paz com a Rússia mediada por Trump, o que poderá alterar drasticamente a dinâmica de segurança do continente. Além disso, a ameaça de novas tarifas comerciais elevadas, que poderiam afetar produtos europeus, configura outro desafio significativo para os países da União Europeia, exigindo uma resposta conjunta para proteger suas economias e os laços comerciais. Essa situação amplia a pressão sobre a diplomacia europeia, que precisa se adaptar a um cenário global mais imprevisível e competitivo.
No plano eleitoral, o “efeito Trump” tem o potencial de inspirar uma onda conservadora na Europa, com partidos de direita buscando se beneficiar das mesmas pautas que alavancaram sua vitória nos Estados Unidos. Questões como imigração, identitarismo e políticas ambientais têm se mostrado divisivas, criando uma oportunidade para movimentos conservadores em países-chave como Itália, Alemanha e França. O apoio explícito de Trump a líderes e partidos conservadores poderá fortalecer essa tendência, contribuindo para uma transformação no panorama político europeu até o final da década.