O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, explicou em uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os fatores que contribuíram para o descumprimento da meta de inflação de 2024. A inflação superou o teto da meta devido ao forte crescimento econômico, à alta do dólar e a fatores climáticos. Além disso, a percepção de incerteza fiscal e a depreciação cambial também impactaram o cenário inflacionário, com o real se destacando como a moeda com maior desvalorização em 2024.
O dólar, que se valorizou 24,5% frente ao real ao longo do ano, teve um papel fundamental no aumento da inflação. A apreciação global da moeda americana e a deterioração das expectativas fiscais internas influenciaram a alta cambial. Embora a queda no preço do petróleo tenha amenizado parte dos impactos da depreciação do real, o crescimento mais forte da economia, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e pelos investimentos, também contribuiu para a pressão inflacionária.
Em resposta ao cenário, o Banco Central manteve seu compromisso com a convergência da inflação à meta, adotando um ciclo de aperto monetário com a elevação da taxa Selic, que atualmente está em 12,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária indicou mais aumentos na taxa para os próximos meses, prevendo que a inflação se estabilize apenas no terceiro trimestre de 2025, embora ainda permaneça acima da meta estabelecida. O BC afirmou que continuará monitorando a evolução da economia para ajustar suas políticas conforme necessário.