A indústria de histórias em quadrinhos, ao longo de sua história, já enfrentou desafios como censura política e queda nas vendas, e agora se vê diante de novas questões com a chegada da inteligência artificial (IA). Embora a IA tenha sido associada a preocupações com a violação de direitos autorais, ela também está sendo adotada por alguns artistas como uma ferramenta para acelerar a produção e aumentar a eficiência. Plataformas como o WEBTOON estão implementando essas tecnologias para reduzir a carga de trabalho dos criadores, oferecendo ferramentas de pintura e modelagem 3D e 2D, com o objetivo de acelerar a criação de conteúdos de alta qualidade.
Por outro lado, muitos criadores ainda têm receios em relação à IA, especialmente no que diz respeito à perda de empregos e ao possível roubo de propriedade intelectual. Artistas consagrados, como Amy Reeder, afirmam ter perdido oportunidades de trabalho devido ao uso de IA, enquanto outros temem que a automação possa diminuir as barreiras de entrada para novos talentos e prejudicar o desenvolvimento de habilidades essenciais para jovens artistas. A utilização da IA também gera debates sobre o uso não autorizado de obras protegidas por direitos autorais para treinar modelos de IA, levantando questões sobre a compensação e a proteção dos criadores independentes.
Enquanto isso, a indústria busca formas de implementar salvaguardas legais, como a exclusão de obras de treinamentos de IA, e discute modelos de licenciamento semelhantes aos que surgiram em outras indústrias, como a música. Embora ainda não existam soluções definitivas, movimentos jurídicos estão sendo realizados, com advogados e criadores debatendo formas de proteger os direitos autorais e garantir que os artistas possam continuar a gerar receita com seu trabalho, apesar do impacto potencial da IA na indústria de quadrinhos.