Os gatos desempenharam um papel central na sociedade do Egito Antigo, sendo mais do que simples animais de estimação. Eles foram domesticados a partir do gato-selvagem-africano e, inicialmente, eram valiosos por suas habilidades de caçar roedores e cobras, protegendo as colheitas e os estoques de grãos essenciais para a sobrevivência da população. Com o tempo, passaram a ser vistos como símbolos de proteção, status e até mesmo divindades, principalmente associadas à deusa Bastet, que personificava o amor, a fertilidade e a proteção. Essa relação com as divindades refletia a importância espiritual dos gatos na cultura egípcia.
Além de sua associação religiosa, os gatos eram considerados símbolos de status social. Famílias nobres e influentes mantinham esses animais, e sua presença em casa era vista como um sinal de prosperidade. A relação com os gatos também envolvia um profundo respeito por sua vida. A morte de um gato era tratada com grande seriedade, sendo seguida de rituais funerários elaborados, incluindo a mumificação, prática que demonstrava o valor espiritual atribuído aos felinos. Matar um gato, mesmo acidentalmente, era um crime grave, punido com severidade, o que destaca a reverência com que eram tratados.
A presença dos gatos na arte e cultura egípcia reforçava ainda mais sua importância. Eles eram frequentemente retratados em pinturas, esculturas e joias, representando a elegância e o mistério dos felinos, além de sua conexão com o sagrado. A prática de mumificar gatos, especialmente como oferendas à Bastet, era comum e se estendia a necrópoles, refletindo a profunda espiritualidade e a ligação mística que os egípcios mantinham com esses animais. Até os dias de hoje, o legado dessa relação entre humanos e gatos no Egito continua a fascinar e influenciar a cultura popular.