O ecossistema da Amazônia é comparado a uma orquestra, onde os sons da floresta e os comportamentos dos animais ajudam a entender seu equilíbrio e funcionamento. Cientistas como Emiliano Ramalho, biólogo com mais de 20 anos de experiência na região, utilizam tecnologia de monitoramento para estudar e preservar a biodiversidade amazônica. O Projeto Providence, coordenado por Ramalho, usa sensores automáticos para acompanhar espécies de forma contínua, permitindo que os pesquisadores capturem comportamentos e padrões que seriam impossíveis de observar diretamente. O trabalho de monitoramento é fundamental para a conservação de espécies-chave, como a onça-pintada, que depende da floresta para sua sobrevivência.
Em paralelo, pesquisadores como Thiago Sanna Freire Silva estão utilizando tecnologias avançadas, como Lidar, para mapear grandes áreas da floresta e entender como as mudanças no nível da água e na hidrologia afetam a biodiversidade. Silva foca em como as secas extremas impactam as árvores e outros elementos da floresta, destacando a importância de se adaptar às mudanças climáticas em vez de esperar pela regeneração natural. A adaptação das espécies e a previsão de como esses impactos se acumulam ao longo do tempo são essenciais para a preservação da Amazônia.
Por outro lado, Luciana Gatti, química e coordenadora de um laboratório de gases de efeito estufa, estuda as emissões de carbono na região e como o desmatamento afeta a capacidade da floresta de regular o clima. Gatti aponta que a Amazônia, que antes absorvia carbono, se tornou uma fonte de emissões devido à destruição das áreas florestais. A solução proposta é a restauração florestal e a redução das atividades que causam desmatamento, como a pecuária, para preservar o equilíbrio climático. A urgência de um plano de sobrevivência para a Amazônia é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e proteger o futuro do bioma.