Durante o Holocausto, prisioneiros judeus foram forçados a integrar as unidades especiais chamadas sonderkommandos em campos de extermínio como Auschwitz-Birkenau. Essas unidades eram encarregadas de realizar tarefas como guiar outros prisioneiros para as câmaras de gás, remover os corpos e cremá-los. Os membros do sonderkommando viviam sob condições extremas, realizando um trabalho que alimentava a máquina de morte nazista, sendo constantemente monitorados e sujeitos a punições severas. Embora eles recebessem melhor alimentação do que outros prisioneiros, sua vida era marcada por um sofrimento incessante e constante risco de morte.
Entre os testemunhos mais impactantes sobre essas unidades, destaca-se o de Dario Gabbai, um ex-prisioneiro de Auschwitz, que relatou como teve que realizar tarefas macabras, como cortar o cabelo das mulheres antes de sua morte. As condições de trabalho eram desumanas, e muitos dos sonderkommandos desenvolveram uma resistência psicológica ao longo do tempo para sobreviver, como uma forma de lidar com o horror diário que presenciavam. Alguns sobreviveram à guerra e ajudaram a documentar as atrocidades cometidas, como os registros feitos por Marcel Nadjari, que mais tarde foram recuperados e conhecidos como os Pergaminhos de Auschwitz.
Embora os nazistas tenham feito esforços para eliminar os membros das unidades após certos períodos, uma revolta dos sonderkommandos ocorreu em 1944, quando um grupo de prisioneiros atacou os guardas da SS e incendiou um dos crematórios. Apesar da revolta ter sido reprimida com grande violência, a resistência dos sonderkommandos se tornou um símbolo de coragem e resistência no meio do terror. Anos depois da guerra, alguns sobreviventes buscaram justiça, testemunhando contra os responsáveis pelos crimes cometidos, embora muitos dos criminosos nunca tenham sido punidos.