A abertura não oficial do carnaval no Rio de Janeiro é marcada por uma grande celebração de blocos que percorrem diversas regiões, desde o Aterro do Flamengo até a Praça XV, no centro da cidade. Cerca de 30 blocos participam dessa festa, e a maioria deles opta por desfilar de forma independente, sem passar pelo processo formal de cadastramento na prefeitura. Para muitos, como o músico Guto Souza, a atração está na informalidade do evento, que promove encontros entre amigos e músicos que tocam por prazer, e não por trabalho, tentando evitar a grande multidão dos desfiles oficiais.
Entre as figuras que dão vida a esses blocos estão os tocadores de tuba, como Guto Souza e Diojaime Viana, que, apesar do peso do instrumento, revelam o compromisso e a paixão por essa prática musical. A presença das pernaltas também é um destaque, como no caso de Cintia Caroline, que começou a desfilar com pernas de pau após se encantar pela tradição e pela liberdade que esse adereço simboliza. Para ela, a experiência de desfilar com as pernas de pau representa uma expressão de poder e liberdade, especialmente no contexto feminino, e agora ela participa tanto dos blocos cariocas quanto dos de Belo Horizonte.
Além dos foliões, o carnaval carioca movimenta uma ampla rede de trabalhadores informais, como Jaqueline dos Santos Ferreira, que vende drinks nas festas de rua. Para ela, o carnaval é uma oportunidade importante para alcançar seus sonhos, como comprar uma casa e garantir a educação dos filhos. Sua rotina de trabalho intensa durante o período de festividades reflete a importância econômica dessa celebração, que vai além do espetáculo e da diversão, ajudando a sustentar as aspirações de muitas pessoas envolvidas com o evento.