Com a elevação da taxa de juros e o cenário macroeconômico desafiador, o mercado de terras agrícolas no Brasil deve apresentar um desempenho mais morno em 2025, se comparado a 2024. A alta da Selic reduz o apetite por novos investimentos, impactando principalmente os produtores de menor porte. A capitalização de pequenos e médios produtores será prejudicada pelos custos de produção elevados, conforme análise da Scot Consultoria. No entanto, algumas regiões, como o Matopiba e a Sealba, continuam a se destacar por seu potencial de valorização, com perspectivas de crescimento na agropecuária e investimentos em projetos logísticos e energéticos.
As regiões chamadas de “fronteiras agrícolas”, como Matopiba, que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e Sealba, que abrange partes de Sergipe, Alagoas e Bahia, são vistas como as mais promissoras. Nestes locais, além da expansão da agropecuária, há iniciativas como a construção de usinas de etanol de milho e a melhoria da logística, com destaque para o corredor do Arco Norte, que deve impulsionar o valor das terras ao longo dos próximos anos. Esses fatores tornam essas áreas estratégicas e atraentes para investimentos futuros.
Enquanto isso, o Sudeste e o Sul do Brasil continuam sendo as regiões com as terras agrícolas mais caras, refletindo a forte produção agropecuária e a expansão limitada dessas áreas. Paraná, São Paulo e Santa Catarina lideram o ranking de valores de hectares, com destaque também para o crescimento da pecuária e de culturas como café e cana-de-açúcar. Apesar das dificuldades econômicas, o agronegócio brasileiro segue desempenhando um papel vital no desenvolvimento das áreas rurais e na valorização constante das terras, principalmente em estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.