A guerra entre Israel e o Hamas, que começou em outubro de 2023, devastou a Faixa de Gaza, com um impacto humanitário dramático. Após um ataque surpresa do Hamas a Israel, que resultou em dezenas de mortes e reféns, Israel respondeu com uma ofensiva militar que causou a morte de mais de 46 mil palestinos, segundo autoridades de Gaza. A maior parte das vítimas são mulheres, crianças e idosos. Além disso, cerca de 110 mil pessoas ficaram feridas, com 25% dos feridos apresentando lesões graves. O sistema de saúde de Gaza está em colapso, com muitos hospitais danificados e a escassez de médicos e equipamentos.
A infraestrutura de Gaza também foi severamente atingida pelos bombardeios, com imagens de satélite indicando que quase 60% das construções foram danificadas ou destruídas. A ONU apontou que 69% das estruturas estavam comprometidas até dezembro de 2023, incluindo importantes instalações médicas e educacionais. Aproximadamente 50% dos hospitais estão fechados, e escolas e centros de saúde mental também foram severamente prejudicados, deixando milhões de pessoas sem acesso adequado a serviços essenciais. O custo estimado para reconstrução da região é de 40 bilhões de dólares.
Com 1,9 milhão de pessoas deslocadas internamente, a situação de segurança alimentar é crítica. Cerca de 91% da população enfrenta insegurança alimentar aguda, e os danos às terras agrícolas comprometeram ainda mais as condições de vida. A ajuda humanitária, que antes entrava em Gaza com relativa regularidade, foi severamente afetada pelos ataques e pela falta de segurança nas rotas de distribuição. A ONU estima que a reconstrução de Gaza pode levar mais de uma década, um desafio imenso após 15 meses de destruição e sofrimento.