Em 2024, o Natal no Rio Grande do Sul ganha um significado especial para as comunidades afetadas pelas enchentes de maio, que causaram grande destruição, principalmente no Vale do Taquari. A tragédia, que resultou na morte de 183 pessoas, deixou cicatrizes visíveis nas cidades, com a água atingindo mais de 1,8 metro de altura em algumas áreas. Apesar das perdas, a população se reúne em torno de ações de reconstrução, como shows itinerantes de música e o Festival de Bolacha de Natal, que ajudam a promover a recuperação econômica local e fortalecer o espírito comunitário. Em Sinimbu, por exemplo, o evento tem incentivado o comércio e a agroindústria local, além de resgatar tradições como a produção de bolachas de Natal, um símbolo de resistência e renovação.
A arte e a solidariedade têm sido pilares de apoio para quem ainda sofre as consequências da enchente. Em nove cidades gaúchas, um caminhão itinerante leva shows e atividades lúdicas para crianças e famílias afetadas, proporcionando momentos de descontração e acolhimento. A cantora Isabela Fogaça, idealizadora da ação, descreve como o evento tem sido fundamental para trazer alívio às famílias que ainda convivem com o trauma da perda. A mobilização local também inclui a doação de presentes, como no caso de Nicole, uma menina de sete anos que sonha com uma casa para brincar, após meses vivendo em abrigos.
O trabalho voluntário segue ativo nas regiões atingidas, com grupos de apoio que ajudam na distribuição de donativos, atendimento psicológico e incentivo à reconstrução. Voluntários como Daiane Ellwanger, de Vera Cruz, estão mobilizados para garantir que o espírito de união e esperança prevaleça, oferecendo apoio contínuo às vítimas da tragédia. O governo do estado também contribui com a disponibilização de módulos habitacionais para as famílias em situação de abrigos, proporcionando uma luz no fim do túnel para o recomeço. A mensagem de resiliência e reconstrução segue forte entre os gaúchos, que se reerguem com o auxílio de ações coletivas e o apoio mútuo.