Recentes episódios de violência policial em São Paulo provocaram forte reação de entidades de defesa dos direitos humanos e autoridades do setor de segurança. Casos como o de uma pessoa jogada de uma ponte por um policial e a morte de um suspeito de furto, atingido com 11 tiros, intensificaram o debate sobre a atuação da Polícia Militar no estado. A Comissão Arns e o Ministério Público criticaram as ações da corporação, apontando um aumento da letalidade policial e pedindo punições rigorosas aos responsáveis. A comissão solicitou a demissão do secretário de Segurança Pública, destacando a necessidade de investigar a fundo essas práticas violentas.
Especialistas, como o sociólogo Renato Alves, alertam para o crescimento da violência policial, que utiliza a letalidade como uma resposta cada vez mais frequente. A morte de civis, incluindo crianças e jovens, sem envolvimento com crimes, reforça o cenário preocupante, onde as forças policiais se tornam juízes e executores, negligenciando direitos humanos. A falta de equipamentos adequados, como câmeras de segurança, contribui para a impunidade, já que muitos abusos não são registrados ou são apagados pelos próprios agentes envolvidos.
O governo estadual e a Secretaria de Segurança Pública se manifestaram contra os abusos, afirmando que estão investigando os incidentes e afastando policiais envolvidos. Além disso, o Ministério dos Direitos Humanos se comprometeu a acompanhar de perto os casos e garantir a responsabilização dos responsáveis. A situação levou a discussões sobre o uso obrigatório de câmeras nos uniformes dos policiais, defendendo a transparência nas ações da polícia e a prevenção de abusos de poder. As críticas à militarização da polícia e a necessidade de reformas profundas na segurança pública são vistas como urgentes para restaurar a confiança da população nas instituições.