Após uma série de episódios de violência policial em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas anunciou uma mudança em sua posição sobre o uso de câmeras corporais nos policiais, que antes havia criticado. O governador, que inicialmente considerava essas câmeras desnecessárias, agora reconhece sua importância como ferramenta de proteção tanto para a sociedade quanto para os próprios agentes, e se compromete a expandir o programa de uso dessas tecnologias. A decisão surge após o afastamento de 46 policiais militares nos últimos 30 dias, incluindo casos de abuso de autoridade e letalidade policial.
Entre os casos que resultaram em afastamentos, destaca-se o episódio de agressão a uma família em Barueri, em que 12 PMs foram suspensos, e a morte de um jovem durante uma abordagem policial em um mercado, que também gerou a prisão preventiva de um agente. Outras situações incluem a morte de um estudante de medicina, e a morte de uma criança de 4 anos durante um tiroteio no litoral paulista, onde sete policiais foram afastados. Esses incidentes estão sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Ministério Público, que busca apurar as responsabilidades e determinar as medidas cabíveis.
Além de suspensões e prisões, a Polícia Militar de São Paulo passou a adotar novas regras para o afastamento de policiais suspeitos, com maior centralização da decisão nas mãos do subcomandante da corporação, em vez dos comandantes regionais, como ocorria anteriormente. Esses casos refletem a crescente pressão sobre as autoridades para reformular práticas e garantir maior controle e transparência nas operações policiais, diante de um cenário de crescente preocupação com a violência e a atuação das forças de segurança no estado.