Entre janeiro e dezembro de 2024, o estado do Rio de Janeiro registrou 21 crianças baleadas, com 3 mortes e 18 feridos, conforme dados do Instituto Fogo Cruzado. Além disso, 34 adolescentes também foram vítimas de disparos, com 16 mortos e 18 feridos. O caso mais recente foi o de uma menina de 12 anos, vítima de um tiroteio na Favela do Guarda, em Del Castilho, onde brincava com amigos. O incidente reflete a realidade preocupante da violência armada em comunidades cariocas, onde crianças e jovens são frequentemente atingidos por balas perdidas durante confrontos entre facções criminosas.
Apesar do cenário alarmante, os números de vítimas fatais de crianças e adolescentes apresentaram uma leve queda em relação a 2023. No ano passado, foram 24 crianças baleadas, com 9 mortes e 15 feridos. A diminuição nos casos de mortes de crianças é de 66%, embora o número total de vítimas de disparos, considerando tanto crianças quanto adolescentes, tenha caído 16% em comparação com o ano anterior. Esse dado, no entanto, não apaga a constatação de que a violência continua a afetar severamente a população infanto-juvenil, com tiroteios ocorrendo com frequência em diversas regiões da cidade e da Baixada Fluminense.
Os casos de violência envolvendo crianças não se limitam a situações extremas e podem ocorrer a qualquer momento, como evidenciado por ocorrências em bairros como Belford Roxo e Seropédica. Em muitas dessas situações, as vítimas são atingidas enquanto realizam atividades cotidianas, como sair para a escola ou visitar o médico. A persistente presença de tiroteios e operações policiais em áreas conflagradas continua a colocar em risco a vida de menores de idade, tornando essencial um debate sobre as políticas de segurança pública e a proteção dos direitos das crianças no estado.