O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que a recente valorização do dólar tem causas tanto internas quanto externas, e sugeriu que a cotação da moeda norte-americana poderá cair no futuro. Ele destacou, em entrevista no Palácio do Planalto, que o câmbio é flutuante e, assim como sobe, também pode cair. A alta do dólar tem gerado pressão sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente após o anúncio de medidas fiscais que não atenderam às expectativas do mercado financeiro, o que levou a moeda norte-americana a ultrapassar a marca de R$ 6.
Alckmin também mencionou que uma possível acomodação da taxa de câmbio deve ocorrer após a aprovação pelo Congresso das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo. Além disso, o vice-presidente comentou sobre o impacto da inflação nas taxas de juros, destacando que aumentos da Selic não seriam eficazes para conter a inflação de alimentos e combustíveis, já que esses fatores dependem de variáveis externas, como a produção agrícola e os preços internacionais do petróleo.
Por fim, Alckmin elogiou a abordagem do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que tem equilibrado suas políticas monetárias para controlar a inflação e evitar o desemprego. O vice-presidente sugeriu que o Banco Central do Brasil também deveria considerar o impacto das suas decisões no mercado de trabalho, buscando uma abordagem mais equilibrada para o crescimento econômico do país.