A vereadora Luana Alves (PSOL) apresentou uma representação no Ministério Público denunciando atos de racismo, homotransfobia e associação criminosa por parte de colegas da Câmara Municipal de São Paulo. A denúncia surgiu após a Bancada Evangélica tentar barrar emendas de Luana e da vereadora Elaine do Quilombo Periférico, no âmbito do Projeto de Lei Orçamentário Anual (PLOA). As emendas visavam destinar recursos a projetos que incluem formação para a comunidade LGBT, capacitação para famílias de pessoas LGBT, além de iniciativas culturais relacionadas às africanidades. Essas propostas foram vetadas pelos vereadores da Bancada Evangélica, que justificaram os vetos com termos como “LGBT”, “ONG pró-aborto” e “umbanda”, associando as emendas a temáticas controversas.
O debate se intensificou quando o vereador Sidney Cruz (MDB) e outros membros da Câmara fizeram declarações públicas sobre as emendas, com Cruz buscando corrigir informações sobre a distribuição dos recursos e destacando que a maior parte dos projetos foi aceita, mas algumas emendas foram rejeitadas. Por outro lado, o vereador Fernando Holiday (PL) foi mais contundente em sua crítica, chamando as emendas de “imbecilidade” e alegando que suas propostas eram “preconceituosas” e “extremistas”. Esse confronto expôs a polarização dentro da Câmara, refletindo a disputa por recursos e a divergência ideológica entre os parlamentares.
A vereadora Luana Alves reagiu criticando duramente a interferência de outros mandatos nas suas propostas, destacando que nunca antes suas emendas haviam sido questionadas de forma tão agressiva. Ela acusou os opositores de tentarem bloquear iniciativas voltadas ao apoio à população LGBT e a projetos antirracistas, classificando a atitude como uma tentativa de censura política. A disputa sobre as emendas reforça a crescente tensão ideológica no cenário político paulistano, com embates entre diferentes grupos políticos sobre temas de identidade e direitos humanos.