Em uma nova aplicação de tecnologias antigas, embarcações que cruzam o oceano utilizam cilindros semelhantes a velas para aproveitar o vento e reduzir o consumo de combustível. Um exemplo recente é um navio que viajou da China para o porto Vitória, no Espírito Santo, consumindo menos combustível do que os navios convencionais. A energia do vento é captada pelos cilindros instalados nas laterais e na parte de trás do navio, que giram com o vento, impulsionando a embarcação. Essa adaptação, além de economizar combustível, reduz significativamente as emissões de gás carbônico.
A tecnologia já está em operação em cinco navios, que transportam minério de ferro do Brasil para a Ásia, e resulta em uma economia de cerca de três mil toneladas de CO2 por ano. O navio que chegou a Vitória é o maior da frota, com 362 metros de comprimento e capacidade para carregar até 400 mil toneladas de minério. Ele conta com cinco velas, as maiores já instaladas em uma embarcação, que medem 35 metros de altura e 5 metros de diâmetro, quase do tamanho da estátua do Cristo Redentor.
O uso de vento na navegação remonta à origem da própria atividade marítima, que se desenvolveu ao longo dos séculos, dependendo dos ventos. Após a revolução industrial e o advento dos motores a vapor e a combustão, a utilização de velas foi abandonada. Contudo, com o aumento da preocupação com as mudanças climáticas, essa reconexão com as fontes naturais de energia está se tornando uma solução para diminuir as emissões e promover um futuro com menos carbono.