As autoridades venezuelanas anunciaram na quinta-feira (12) a libertação de 103 pessoas que haviam sido presas durante os protestos contra o governo, que ocorreram após a eleição presidencial de julho. A eleição, realizada em 28 de julho, resultou na reeleição do presidente, com a oposição questionando os resultados e denunciando irregularidades. Manifestações em várias cidades seguiram-se à declaração oficial da vitória, com a oposição afirmando que a eleição foi marcada por fraudes e apresentando documentos que alegavam comprovar uma derrota do atual presidente.
Em resposta aos protestos, o governo de Nicolás Maduro afirmou que cerca de 2.000 pessoas foram detidas. No início da semana, o partido opositor Vente Venezuela informou que três de seus líderes regionais haviam sido presos, gerando ainda mais tensões no cenário político. A libertação dos prisioneiros foi anunciada após um pedido do presidente para revisar os casos relacionados aos protestos, sendo que a maioria dos detidos deverá se apresentar periodicamente ao tribunal, o que, segundo especialistas em direitos humanos, não representa uma liberdade total.
Os protestos pós-eleição resultaram em diversas perdas, incluindo 28 mortos, quase 200 feridos e a destruição de cerca de 500 propriedades, incluindo escolas e centros de saúde. As autoridades venezuelanas informaram que medidas de liberdade foram concedidas a outros 225 detidos no mês anterior, embora ainda haja restrições legais sobre suas liberdades. A situação política permanece tensa, com o governo tentando controlar os efeitos das manifestações e da oposição, enquanto a comunidade internacional continua acompanhando os desdobramentos internos no país.