O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, confirmou na segunda-feira (16) a prisão de um policial argentino na Venezuela. Segundo ele, o agente teria ingressado no país com a missão de cumprir uma tarefa não especificada, o que gerou especulações sobre a natureza de sua presença. O governo da Argentina, por sua vez, denunciou que o cabo Nahuel Agustín Gallo foi detido sem justificativa legal ao tentar visitar sua família na Venezuela, alegando que sua viagem era de caráter pessoal. A prisão ocorreu após ele ter cruzado a fronteira terrestre com a Colômbia.
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou que o agente estaria detido em uma base de inteligência na região de Táchira, fronteiriça com a Colômbia, e pediu a sua liberação imediata. O governo de Javier Milei condenou a prisão e alertou os cidadãos argentinos a reconsiderarem suas viagens à Venezuela, devido à situação de insegurança e restrições de liberdade. Sem representação consular na Venezuela desde a expulsão de seu corpo diplomático, a Argentina recorreu ao Brasil, que desde agosto representa seus interesses na Venezuela, para interceder na situação e buscar esclarecimentos sobre o caso.
A detenção gerou reações de organismos internacionais, como a Anistia Internacional, que expressou preocupação com a saúde e segurança do agente, pedindo transparência e uma investigação independente sobre o ocorrido. A crise diplomática destaca as tensões entre os dois países, exacerbadas pela falta de relações diretas e pela ausência de um canal diplomático direto para resolver a situação. O caso também levanta questões sobre as condições de detenção e os direitos humanos na Venezuela.