O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem se esforçado para reforçar sua imagem de moderado à medida que a posse presidencial se aproxima. Em uma tentativa de melhorar sua imagem internacional, o governo anunciou a liberação de 102 presos políticos. No entanto, organizações de defesa dos direitos humanos contestaram essa informação, afirmando que, na realidade, apenas 25 pessoas foram efetivamente libertadas. Esse anúncio ocorre em um contexto de crescente repressão no país, com mais de 1.900 críticos do regime ainda detidos, incluindo políticos, ex-governadores e cidadãos comuns.
Em novembro, a Venezuela registrou 249 protestos contra o governo, com 72 deles envolvendo incêndios como forma de pressionar pela libertação de presos. O governo de Maduro também enfrenta críticas pelo tratamento de manifestantes, já que, durante os protestos de julho, 28 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas. Além disso, cerca de 2.400 pessoas foram presas, acusadas de serem opositoras ao regime. O governo, por sua vez, minimiza as acusações e justifica as detenções como parte da luta contra o que considera uma ameaça fascista.
Enquanto o regime se prepara para o início de um terceiro mandato consecutivo, marcado para janeiro, a oposição questiona os resultados das eleições presidenciais de maio, nas quais Maduro afirmou ter vencido com 51% dos votos, sem, no entanto, apresentar provas oficiais. Em resposta, o exilado opositor Gonzales Urrutia, que alega ter recebido mais de 60% dos votos, promete retornar ao país para reivindicar sua posse no dia 10 de janeiro, conforme previsto pela Constituição.