Em 2024, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público de saúde, com o imunizante Qdenga. A vacinação de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos foi priorizada, dado que, nos últimos cinco anos, essa faixa etária registrou o maior número de internações devido à doença. Apesar disso, a adesão à vacina está aquém da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que pretende imunizar 90% dos mais de 8 milhões de jovens elegíveis. Após um ano de implementação, apenas 25% receberam a primeira dose, e o número de aplicações da segunda dose é ainda mais baixo, com menos de 1 milhão de doses aplicadas.
A falta de adesão à campanha é apontada como um dos principais desafios para o controle da doença. Especialistas sugerem que a vacinação está sendo procrastinada por parte das famílias, e a baixa procura nos postos de saúde, especialmente entre adolescentes, dificulta o alcance da meta. O Ministério da Saúde, ciente da situação, planeja aumentar a oferta de vacinas em mais municípios e está aguardando a aprovação de outra vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, para expandir a imunização para outras faixas etárias no próximo ano.
A dengue tem se consolidado como um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, com o aumento de casos e mortes nos últimos anos. Para especialistas, a vacina não só protege contra a infecção, mas principalmente evita formas graves da doença, que podem resultar em hospitalizações e óbitos. Além da imunização, autoridades de saúde destacam a importância de continuar as ações de eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença.