A maior parte da uva-passa consumida no Brasil é importada, especialmente da Argentina, que responde por mais de 80% das compras brasileiras. A produção interna é limitada devido a fatores climáticos e altos custos envolvidos no processo de secagem. O clima ideal para a produção de uva-passa é o desértico, caracterizado por altas temperaturas e baixa umidade, o que é um desafio para o Brasil, cuja umidade no Nordeste é mais alta. Além disso, a secagem em fornos, embora mais controlada, é uma alternativa cara no Brasil, devido aos altos custos de energia elétrica.
A qualidade da uva-passa depende do ponto de colheita das uvas, que devem ser maduras para garantir sabor e doçura. Após a colheita, as uvas podem ser secas de duas maneiras: ao sol ou em fornos. A secagem ao sol é mais barata, mas depende de condições climáticas ideais, enquanto a secagem em fornos, mais eficiente, exige maior investimento em energia, o que dificulta sua viabilidade econômica no Brasil. Por isso, o país acaba importando uva-passa de lugares como a Argentina e a Turquia, onde os custos são mais baixos e as condições climáticas favorecem a produção.
Apesar da dependência das importações, o Brasil continua a consumir uva-passa em grande escala, especialmente em pratos tradicionais das festas de fim de ano, como o arroz, o panetone e a farofa. Embora sua presença na ceia de Natal divida opiniões, a uva-passa permanece um ingrediente popular. A produção local ainda é limitada, mas há pequenos produtores que tentam explorar esse nicho, mesmo enfrentando as dificuldades impostas pelo clima e pelos custos elevados de secagem.