A maior parte da uva-passa consumida no Brasil vem da Argentina, uma vez que a produção nacional é limitada. Isso ocorre devido às condições climáticas desfavoráveis e aos altos custos envolvidos na secagem da fruta, processo essencial para a transformação da uva fresca em passas. A secagem requer temperaturas muito altas e umidade baixa, características do clima desértico, algo que não é comum no Nordeste brasileiro, que, apesar de seco, apresenta maior umidade.
O Brasil importa mais de 80% das uvas-passas de seu vizinho argentino, em grande parte devido à facilidade de transporte e às isenções tarifárias do Mercosul. Em 2024, o país adquiriu mais de 24 mil toneladas de uva-passa, totalizando cerca de US$ 47,7 milhões. A Argentina, que ocupa a 10ª posição entre os maiores produtores de uva-passa do mundo, apresenta uma produção mais barata, principalmente por conta de seu clima favorável e métodos de secagem eficientes.
A secagem das uvas pode ser feita de duas formas: natural, ao sol, ou em fornos, sendo que a segunda é mais eficiente em termos de controle de cor e qualidade. No entanto, o alto custo de energia elétrica no Brasil torna a secagem em fornos inviável para a produção em larga escala. Por conta disso, a uva-passa importada se torna mais acessível, fazendo com que o Brasil continue dependente de outros países para abastecer seu mercado.