A União Europeia (UE) decidiu enviar um alto representante à Síria para estabelecer contato com as novas autoridades do país, conforme anunciou Kaja Kallas, chefe da diplomacia do bloco. O diplomata, que viajará a Damasco, será o principal interlocutor da UE na região, um passo importante dado o contexto atual da Síria. A decisão ocorre após os Estados Unidos e o Reino Unido também iniciarem diálogos com o grupo rebelde islamista radical Hayat Tahrir al Sham (HTS), que recentemente tomou o poder na Síria, com a queda do governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva do HTS provocou uma mudança significativa no cenário político sírio, forçando os países ocidentais a reconsiderarem suas estratégias e a necessidade de estabelecer algum tipo de comunicação com os novos governantes. Contudo, essa situação é complexa, uma vez que o HTS é alvo de sanções internacionais devido à sua origem na rede Al-Qaeda, o que dificulta os contatos diplomáticos. Kallas destacou que, apesar das dificuldades, a UE não pode permitir que haja um vácuo de poder na região.
Com o avanço do HTS, o representante da UE para a Síria havia se instalado temporariamente no Líbano, mas agora retornará a Damasco para conduzir os primeiros contatos. O objetivo é garantir que a diplomacia da UE se mantenha ativa e influente, mesmo diante das mudanças políticas no país. O gesto demonstra a tentativa da União Europeia de se reposicionar no contexto sírio e de exercer influência em um momento de grande incerteza.