Uma pesquisa realizada pelo Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (Cisa) revelou que, no Brasil, um em cada três pacientes internados por problemas relacionados ao consumo de álcool tem mais de 55 anos. Os dados, coletados com base em informações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram um aumento significativo entre os idosos: a proporção de internações atribuídas ao álcool em pessoas dessa faixa etária subiu de 22% para 35% nos últimos dez anos. Em contraste, o consumo de álcool nas faixas etárias mais jovens, de 18 a 34 anos, apresentou uma redução no mesmo período.
A pandemia de Covid-19 teve um impacto profundo nas taxas de mortalidade relacionadas ao álcool, especialmente entre 2020 e 2022, quando as mortes atribuídas ao alcoolismo e à doença hepática alcoólica atingiram os maiores índices das últimas décadas. Embora as taxas de mortalidade por álcool tenham diminuído em 2019, a pandemia interrompeu essa tendência de queda, com um aumento considerável de óbitos a partir de 2020. Isso reflete o agravamento das condições de saúde mental e do consumo de substâncias durante esse período crítico.
No Brasil, não existe uma dose padrão oficial para o consumo de álcool, e o Cisa adota a definição do National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), dos Estados Unidos. De acordo com essa definição, uma dose padrão de álcool equivale a 14 gramas de álcool puro, o que corresponde a 355 mL de cerveja, 150 mL de vinho ou 45 mL de destilado. O estudo destaca que, enquanto o consumo de álcool se manteve estável em diversas faixas etárias, o aumento entre os idosos merece atenção, dado seu impacto nas taxas de internação e mortalidade.