O turismo de base comunitária surge como uma alternativa viável para promover o desenvolvimento sustentável nas terras indígenas da Amazônia, especialmente nas aldeias Shanenawa, no Acre. Após a chegada do turismo à aldeia há três anos, os povos locais começaram a integrar visitantes em suas tradições, como festivais culturais e práticas de medicina ancestral, como o uso da ayahuasca. Essa atividade não só gera uma nova fonte de renda para a comunidade, mas também fortalece a cultura e contribui para a preservação da floresta, já que as novas gerações se veem mais motivadas a manter suas tradições vivas.
O envolvimento ativo da comunidade é essencial para o sucesso desse modelo de turismo. A população local, liderada por membros como o cacique Tekavainy Shanenawa e sua filha Maya, que já exerce funções de liderança, tem buscado parcerias que garantam a repartição justa dos benefícios e o fortalecimento das práticas culturais. As experiências oferecidas aos turistas incluem imersões em rituais de cura com plantas da floresta, alimentação orgânica, e passeios para conhecer a biodiversidade da região, como a imponente árvore samaúma, que pode atingir até 70 metros de altura.
Apesar dos benefícios, o turismo de base comunitária enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura e o manejo de resíduos gerados pela atividade. A busca por soluções para essas questões, como a capacitação de comunidades e a regularização das práticas turísticas, está sendo apoiada por iniciativas de instituições governamentais e organizações como o Ministério do Turismo e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além disso, ainda há uma demanda reprimida de turistas interessados em vivenciar o etnoturismo nas terras indígenas, mas que encontram dificuldades para acessar essas experiências.