O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que considera a possibilidade de retirar seu país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) caso não consiga um acordo satisfatório e se os aliados não cumprirem com suas obrigações financeiras. Trump tem repetidamente criticado a falta de compromisso de membros da Otan em destinar pelo menos 2% de seu PIB para a defesa, uma meta que muitos países prometeram atingir até 2025.
Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM, acredita que a saída dos EUA da aliança é improvável, mas reconhece que Trump tem razão em questionar os custos do envolvimento americano na Otan. Para Rudzit, a questão financeira é relevante, já que nem todos os membros cumpriram a promessa de aumentar seus gastos com defesa. O especialista também sugere que, em vez de abandonar a organização, Trump poderia adotar outras formas de pressão, como a não indicação de representantes diplomáticos e militares para a Otan.
Além disso, Rudzit observa que as decisões dentro da Otan exigem consenso entre todos os membros, o que dá a Trump uma margem para influenciar a aliança. No contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia, o especialista aponta que Trump poderia tentar forçar um cessar-fogo, mas não por meios diplomáticos tradicionais, e sim por meio de pressões diretas sobre os envolvidos no conflito.