O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar que suspende as licenças ambientais e outros documentos autorizativos concedidos à concessionária Ecourbis para a ampliação da Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL), em São Mateus. A ação foi movida por vereadores que questionam a legalidade da cessão do terreno e a conformidade do projeto com o Plano Diretor Estratégico da cidade, alegando a falta de estudos ambientais e de impacto na região. A decisão também impede, temporariamente, a supressão de árvores no local, especialmente em uma área de preservação ambiental que abriga nascentes do Rio Aricanduva.
A ampliação da CTL é parte de um projeto da Prefeitura que inclui a instalação de um Ecoparque Leste, com diversas tecnologias para o tratamento de resíduos, incluindo incineradores. O projeto visa aumentar a capacidade de reciclagem e reduzir o envio de lixo a aterros. Contudo, o plano tem gerado críticas de ambientalistas e moradores locais, que apontam a falta de clareza sobre os impactos ambientais, especialmente devido ao desmatamento necessário para viabilizar o projeto. A Prefeitura defende que o empreendimento cumpre as exigências legais e ambientais, mas não especifica metas concretas.
Além de questões ambientais, a proposta envolve o prolongamento da operação do aterro, que seria necessário para lidar com a parcela de rejeitos não recicláveis. Embora especialistas em gestão de resíduos questionem a dependência de aterros, a Ecourbis justifica a medida, destacando a necessidade do aterro para garantir a destinação adequada dos resíduos. A ampliação está ligada a um contrato renovado com a Prefeitura e integra um planejamento maior para a gestão de resíduos da cidade, que inclui a criação de um novo espaço para reciclagem e recuperação energética.