O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou os pedidos de habeas corpus para que quatro jogadoras de um clube argentino, detidas por injúria racial em flagrante, respondessem às acusações em liberdade. As atletas foram presas após uma confusão durante um jogo contra o Grêmio no Estádio do Canindé, no dia 20 de dezembro, pelo torneio Ladies Cup. Durante a partida, após um gol do time argentino, uma discussão escalou para gestos e ofensas racistas dirigidas a um gandula. As jogadoras envolvidas foram presas preventivamente na segunda-feira, após audiência de custódia, e permanecem detidas no Carandiru, na zona norte de São Paulo.
A defesa das atletas alegou que a prisão era ilegal, uma vez que o clube argentino se comprometeu a apresentá-las à Justiça brasileira sempre que necessário, e argumentou que o fato de as jogadoras não possuírem residência no país não justificaria a detenção. No entanto, os relatores do caso, Alberto Anderson Filho e Hermann Herschander, defenderam a prisão preventiva, considerando a gravidade dos atos e a necessidade de evitar novos crimes. O Tribunal entendeu que a detenção era válida, pois o compromisso do clube não era suficiente para garantir a presença das atletas em futuros procedimentos legais.
A confusão resultou em expulsões no time argentino e no encerramento imediato da partida, que foi vencida pelo Grêmio por W.O., já que o time adversário ficou com menos de sete jogadoras em campo. O Grêmio se classificou para a final do torneio, onde conquistou o título inédito, ao vencer o Bahia nos pênaltis. O clube argentino, por sua vez, repudiou as atitudes das jogadoras e afirmou que tomará medidas disciplinares internas.