Em 2007, um adolescente de 15 anos morreu após ser abordado pela polícia em sua residência, em Bauru, São Paulo. Segundo os laudos periciais, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória após ser submetido a choques elétricos, o que resultou em diversas lesões. A abordagem ocorreu quando policiais militares estavam à procura de uma moto roubada e entraram na casa do jovem. Durante a ação, o adolescente foi torturado para que confessasse o crime e fornecesse informações sobre um possível armamento.
Em julgamento realizado em 2023, o Tribunal do Júri de Bauru absolveu os quatro policiais envolvidos, com a acusação de negativa de autoria. No entanto, o Ministério Público recorreu dessa decisão. A apelação foi analisada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que, por maioria de votos, manteve a absolvição, confirmando a decisão da juíza responsável pelo caso. A condenação dos réus não foi sustentada, o que gerou grande repercussão na comunidade local e na opinião pública.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou a prática de tortura, apontando mais de 30 lesões causadas por choques elétricos. Embora os acusados tenham sido inicialmente presos, todos passaram a responder em liberdade após o processo, e um dos policiais teve seu caso desmembrado, sendo absolvido de todas as acusações em 2018. O caso segue como um marco em debates sobre a conduta policial e os direitos humanos no Brasil.