O tribunal francês declarou culpado um homem de 72 anos por drogar e estuprar repetidamente sua esposa ao longo de quase uma década, além de permitir que dezenas de pessoas cometesses abusos contra ela enquanto estava inconsciente. A vítima, que se tornou um símbolo de coragem, renunciou ao direito de anonimato durante o julgamento e exigiu que gravações do abuso fossem exibidas, com a esperança de que sua experiência ajudasse a conscientizar outras mulheres. Os promotores solicitaram uma pena de 20 anos de prisão, enquanto outros réus envolvidos no caso enfrentam penas entre quatro e 18 anos.
Durante o julgamento, o acusado admitiu os crimes e pediu desculpas à família, embora muitos dos réus envolvidos, que haviam se encontrado online, alegassem desconhecer a situação e defendessem que o ato seria consensual, com base no consentimento do marido. As evidências, no entanto, indicam que os réus estavam cientes de que a vítima estava desacordada. O caso gerou ampla comoção e protestos em toda a França, além de intensificar o debate sobre a necessidade de revisão das leis relacionadas ao consentimento sexual no país.
Gisèle, que enfrentou seus agressores diretamente no tribunal, afirmou que não tinha motivo para sentir vergonha e que aqueles que cometeram os crimes eram os verdadeiros culpados. Ela foi acompanhada por seus filhos, que manifestaram apoio à mãe e repúdio ao comportamento do pai. O julgamento não apenas trouxe à tona a gravidade dos abusos, mas também levantou questões sobre a proteção das mulheres em situações de violência doméstica e abuso sexual, refletindo uma busca por maior conscientização e mudanças nas políticas de direitos humanos.