Um tribunal no norte da China condenou dois adolescentes a penas de prisão significativas por envolvimento no assassinato de um colega de classe em março deste ano, um caso que gerou discussões públicas sobre delinquência juvenil. As sentenças incluem prisão perpétua para um dos réus e 12 anos de reclusão para outro, enquanto um terceiro envolvido foi submetido a um regime especial de educação correcional, conforme permitido pela legislação local. As autoridades descreveram o crime como particularmente cruel e hediondo, mas não divulgaram os motivos.
As investigações revelaram que o crime foi premeditado e executado de forma violenta, com a participação direta de dois dos adolescentes, enquanto o terceiro presenciou os acontecimentos sem intervir. O corpo da vítima, também de 13 anos, foi encontrado enterrado em uma área remota, o que levou à prisão dos suspeitos no dia seguinte. O caso levantou questões sobre a maioridade penal, especialmente após a redução da idade mínima para responsabilização criminal na China, permitindo que jovens entre 12 e 14 anos enfrentem punições por crimes graves com a aprovação de promotores.
O incidente expôs desafios sociais relacionados às chamadas “crianças deixadas para trás”, um grupo que soma quase 67 milhões de jovens cujos pais, trabalhadores migrantes, frequentemente os deixam aos cuidados de parentes no interior do país. Estudos indicam que essa condição os torna mais vulneráveis a problemas de saúde mental, bullying e comportamentos delinquentes. O caso reabriu debates sobre a severidade das penas para menores de idade, com parte da opinião pública clamando por punições mais rigorosas diante de crimes graves.