O Tribunal Constitucional da Romênia anulou o primeiro turno das eleições presidenciais, realizado recentemente, após surgirem alegações de uma campanha de interferência online coordenada pela Rússia para promover um candidato de extrema direita. A decisão, inédita e final, foi tomada após o presidente Klaus Iohannis divulgar informações de inteligência sobre a campanha russa, que envolvia milhares de contas em redes sociais como TikTok e Telegram para apoiar o candidato. O Serviço de Inteligência Romeno, o Serviço de Inteligência Estrangeiro e outros órgãos de segurança foram os responsáveis pelos arquivos que apontaram a interferência.
O candidato que emergiu como favorito no primeiro turno, mesmo sem uma campanha formal e com gastos mínimos, foi Calin Georgescu. Ele havia superado suas previsões em pesquisas e estava prestes a enfrentar Elena Lasconi no segundo turno, marcado para o dia 7 de dezembro. Contudo, após a decisão do tribunal, o processo eleitoral será reiniciado com uma nova data para a repetição da primeira rodada de votações. Lasconi criticou a decisão, afirmando que ela prejudica a democracia e a vontade do povo romeno, já que milhões de cidadãos haviam expressado sua preferência nas urnas.
Especialistas políticos, como Cristian Andrei, afirmam que o veredito representa uma crise para a democracia romena, destacando as dificuldades em lidar com interferências externas em tempos de incerteza política. Embora o sucesso de Georgescu tenha sido surpreendente, muitas pesquisas eleitorais indicavam outros candidatos como favoritos, levantando questões sobre a eficácia das sondagens locais e a transparência do processo eleitoral diante de tais alegações de manipulação externa.