Fathi Hussein, uma jovem empresária de Mogadíscio, morreu após ser abandonada no mar durante uma tentativa de migração ilegal para a ilha francesa de Mayotte. Ela havia contratado contrabandistas para ajudá-la a fazer a travessia perigosa, partindo da cidade queniana de Mombaça, mas acabou sendo colocada em dois pequenos barcos, que ficaram à deriva por 14 dias no Oceano Índico. Durante esse tempo, os migrantes enfrentaram fome extrema e condições precárias, resultando na morte de Fathi e de outras 23 pessoas.
A situação de Fathi é um reflexo da crescente onda de migração irregular para Mayotte, uma ilha francesa entre Madagascar e as Comores, que se tornou um destino perigoso para muitos migrantes, especialmente da Somália. Relatos indicam que os contrabandistas, após receberem o pagamento dos migrantes, os abandonam em alto-mar, levando a tragédias recorrentes. Este ano, a travessia foi uma das mais letais, com dezenas de mortos e muitos desaparecidos.
A decisão de Fathi de deixar sua vida em Mogadíscio, onde possuía um salão de beleza de sucesso, surpreendeu sua família, que lamenta a perda sem entender completamente os motivos que a levaram a arriscar sua vida dessa maneira. As autoridades internacionais, como a Organização Internacional de Migração, alertam para o aumento desses incidentes, enquanto as famílias dos migrantes mortos enfrentam o luto e a dor de não saberem o que aconteceu nas últimas horas de seus entes queridos.