No Uruguai, as celebrações de Ano Novo são marcadas por rituais inusitados que visam purificar e renovar as energias para o novo ciclo. Um dos costumes mais curiosos é o lançamento de baldes de água pelas janelas à meia-noite, gesto que simboliza a eliminação das energias negativas do ano que passou. Além disso, na Cidade Velha de Montevidéu, os trabalhadores costumam jogar pedaços de papel de calendários antigos pela janela, dando um toque de festividade à despedida do ano. No Mercado do Porto, é comum a “guerra de sidra”, onde os presentes se divertem lançando a bebida uns nos outros, criando uma atmosfera de descontração e alegria.
Em outros países latino-americanos, como Chile, Peru, Equador e Colômbia, a queima de bonecos conhecidos como “Ano Velho” é uma tradição importante. Os bonecos, muitas vezes feitos à imagem de figuras públicas ou personagens populares, são queimados para simbolizar o fim de ciclos negativos. Na Colômbia, o ritual ganha um caráter mais simbólico, com pessoas colocando dentro dos bonecos anotações de acontecimentos indesejáveis do ano. Em La Plata, na Argentina, a tradição se mistura com criatividade, premiando os bonecos gigantes mais inventivos.
Além das práticas de purificação e renovação, outros costumes latino-americanos buscam atrair prosperidade e boa sorte. Em muitos lugares, colocar dinheiro ou moedas nos sapatos é uma forma de atrair riqueza no ano novo. Em alguns países, como o Brasil, o uso de lentilhas e a cor amarela da roupa são símbolos de prosperidade, enquanto em outros, como na Argentina, acredita-se que subir na cadeira durante a virada é um gesto que ajuda a “subir na vida”. Essas tradições refletem as crenças culturais regionais e oferecem aos participantes uma maneira lúdica e simbólica de dar as boas-vindas ao novo ano.