As taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto passaram por um alívio na abertura das negociações desta terça-feira (10), após a divulgação de dados sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que registrou uma desaceleração para 0,39%. O Tesouro Prefixado, que havia alcançado uma taxa recorde de 14,91% no dia anterior, registrou 14,76% na atualização desta terça. Já o título com vencimento em 2031 passou de 14,43% para 14,22%. Houve também queda nas taxas dos títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+ 2029, que entregou 7,30% após atingir 7,40% no dia anterior.
Apesar da desaceleração do IPCA, analistas alertam para a composição do índice, especialmente no que diz respeito aos preços dos serviços e dos alimentos. Esses setores têm gerado preocupações, pois podem pressionar o Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom), que se prepara para anunciar sua decisão sobre a Selic na quarta-feira (11). Especialistas apontam para uma alta de 1 ponto percentual, o que elevaria a taxa básica de juros para 12,25% ao ano.
Enquanto isso, o mercado permanece atento à tramitação do pacote fiscal na Câmara dos Deputados, que sofreu adiamentos devido a discussões sobre emendas parlamentares. A possibilidade de que a votação seja adiada para 2025 gera receios entre operadores financeiros. A expectativa é que esses fatores possam impactar o cenário econômico e as decisões do Banco Central nos próximos dias, com reflexos nas taxas de juros e no mercado de títulos públicos.