O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o Banco Central e o Tesouro estão atentos ao mercado de câmbio, ressaltando que, apesar da recente desvalorização do real, não há sinais de disfuncionalidade no mercado. Ele destacou a importância de manter a serenidade diante das oscilações do câmbio e de adotar medidas estruturais para proteger a economia, sem perder de vista o planejamento a longo prazo. Ceron enfatizou que o Tesouro está cumprindo as diretrizes estabelecidas no Plano Anual de Financiamento (PAF), com o objetivo de minimizar o impacto de flutuações cambiais e taxas de juros sobre a dívida pública.
O subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira, complementou a fala do secretário, explicando que o Tesouro tem trabalhado com uma estratégia de emissão seletiva de títulos e reduzido volumes em papéis mais arriscados. Ele esclareceu que a recompra de títulos públicos só seria considerada em situações de grande disfuncionalidade do mercado, o que, segundo ele, ainda não ocorreu. Ladeira também reforçou a estratégia de monitoramento constante do mercado e a importância da prudência em tempos de volatilidade.
Ceron e Ladeira destacaram o uso de recursos acumulados ao longo do primeiro semestre, próximos de R$ 100 bilhões, como um fator chave para a estabilidade financeira no segundo semestre. Esse montante ajudou a suavizar a volatilidade do mercado, permitindo que o Tesouro realizasse leilões de dívida menores e evitasse exacerbar as flutuações cambiais. Ambos reforçaram a necessidade de um equilíbrio entre a gestão da dívida e a manutenção da confiança no mercado financeiro, visando minimizar os impactos da instabilidade externa.