As tensões recorrentes entre o Executivo e o Banco Central (BC) nos últimos dois anos têm prejudicado a eficácia do combate à inflação, segundo análise da economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória. Para ela, críticas ou elogios por parte de lideranças políticas não fortalecem a condução da política monetária, sendo essencial preservar a percepção de autonomia da autarquia para garantir a eficiência de suas ações.
Apesar da indicação de Gabriel Galípolo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o BC, a economista destacou que a independência da instituição deve prevalecer sobre interferências ou aprovações governamentais. Ela observou que Galípolo, durante seu período como diretor de política monetária, demonstrou compromisso com a manutenção de uma gestão independente, postura que reforça a confiança em sua atuação futura.
A posse de Galípolo no cargo de diretor ocorreu em cerimônia com a presença de líderes do Executivo, marcando a transição para sua liderança como presidente do BC a partir de janeiro de 2025. A manutenção da autonomia do Banco Central é vista como fundamental para o fortalecimento da política monetária e para evitar que interesses políticos interfiram na condução econômica do país.