Pesquisadores americanos investigaram a relação entre temperaturas elevadas e estados emocionais, focando no impacto do calor em comportamentos agressivos e hospitalizações por problemas de saúde mental. A pesquisa revelou que, embora as altas temperaturas causem desconforto em todas as idades, as respostas emocionais variam consideravelmente entre diferentes grupos. Em particular, idosos sentiram mais desconforto térmico, mas não apresentaram alterações significativas no humor, ao contrário dos adultos mais jovens, que tendem a mostrar maior propensão a emoções negativas sob o calor. Esses resultados sugerem que a resiliência emocional dos mais velhos pode ser um fator atenuante diante das condições climáticas adversas.
O estudo, publicado na revista BMC Psychology, envolveu cerca de 400 participantes que, durante o verão de 2022, usaram um aplicativo para registrar suas percepções de calor e estados emocionais enquanto estavam ao ar livre. A pesquisa mostrou que os dados climáticos objetivos, como temperatura e umidade, podem prever a percepção do conforto térmico, mas são apenas os sentimentos individuais de desconforto que se correlacionam com emoções negativas, como irritabilidade e agressividade. A relação entre o calor e o afeto parece ser única para cada pessoa, com variações significativas mesmo entre indivíduos expostos às mesmas condições climáticas.
Embora o estudo tenha descartado o fator gênero como um moderador importante, ele evidenciou que, com o aumento da idade, a percepção do calor é mais intensa. No entanto, as reações emocionais dos idosos não seguiram a mesma tendência dos mais jovens, que mostraram um aumento de comportamentos agressivos associados ao calor. Os pesquisadores sugerem que, para investigar mais profundamente essa relação, seria necessário realizar estudos em ambientes controlados, que permitam avaliar de forma mais precisa as respostas emocionais ao calor.