O engenheiro florestal Carlos Gabriel Koury, diretor de Inovação em Bioeconomia do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), ressaltou a importância de fomentar tecnologias inovadoras na região amazônica para agregar valor aos produtos locais e promover a preservação da floresta. Segundo Koury, a maior parte da valorização do açaí e da castanha-do-Pará ocorre fora da Amazônia, deixando a região com apenas a commodity e seus desafios econômicos. Ele defende que a ciência e a tecnologia sejam usadas para recuperar o protagonismo perdido por falta de inovação no passado.
No seminário realizado durante a 34ª Conferência da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Koury destacou a necessidade de fortalecer ecossistemas de negócios baseados em comunidades e conhecimento, que promovam a inclusão e a agregação de valor sem comprometer o meio ambiente. Exemplos de sucesso são as empresas Café Apuí e Amazônia Agroflorestal, que, por meio de práticas agroflorestais e orgânicas, aumentam significativamente a renda das famílias locais, além de preservar a floresta.
Sheila Pires, diretora de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, reforçou a necessidade de que as empresas inovadoras não se concentrem apenas no sucesso financeiro, mas também adotem uma agenda de impacto socioambiental positivo. Ela destacou que muitas incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos já estão incorporando essa agenda, visando não apenas o desenvolvimento econômico, mas também a sustentabilidade e a inclusão social. A conferência, que ocorreu em São José dos Campos (SP), discutiu esses temas de relevância para o futuro da inovação no Brasil.