A indústria de dispositivos wearable, como relógios e anéis inteligentes, cresceu de forma significativa, focando no monitoramento de saúde. Muitos desses dispositivos prometem monitorar diversos indicadores, como frequência cardíaca, temperatura corporal e padrões de sono, com o objetivo de oferecer dados valiosos para prevenção e tratamento. Por exemplo, no Reino Unido, há uma proposta para distribuir esses aparelhos para pacientes do NHS, a fim de monitorar sintomas de doenças em casa. No entanto, médicos e especialistas em tecnologia têm demonstrado cautela em relação à precisão e utilidade desses dados na prática clínica.
Embora alguns profissionais acreditem que esses dispositivos podem ser úteis para monitorar a saúde geral, outros expressam preocupações sobre a precisão dos dados e o risco de monitoramento excessivo. Especialistas como Helen Salisbury, médica em Oxford, apontam que, apesar dos benefícios em incentivar hábitos saudáveis, o uso constante desses dispositivos pode gerar preocupações exageradas sobre a saúde, com muitos dados que não exigem investigação adicional. Além disso, há o risco de falsas leituras, como aumento da frequência cardíaca, que podem ser causadas por falhas no dispositivo ou pelo movimento do usuário.
Os desafios em integrar dados de dispositivos inteligentes nos sistemas de saúde também são notáveis. A falta de padrões internacionais para os sensores, software e formatos de dados coletados limita a confiabilidade dos dispositivos. Além disso, há questões práticas, como a vida útil da bateria e a precisão das medições. Para que essas tecnologias realmente façam diferença, seria necessário um maior suporte tecnológico e treinamento de profissionais de saúde. A discussão sobre o uso de dados gerados por pacientes já é um tema em debate há anos, mas ainda não há uma solução clara para integrar esses dados de forma eficaz e segura.