Os mercados financeiros enfrentaram mais um dia de tensão nesta quarta-feira (18), com novas altas generalizadas nas taxas de remuneração dos títulos públicos, refletindo preocupações com as contas fiscais do país. O Tesouro Direto registrou recordes nos juros oferecidos, como o Tesouro IPCA+ 2029, que alcançou 7,84% de juro real, o maior patamar do ano. Outros vencimentos, como 2035, 2045 e 2055, também mostraram elevações significativas, enquanto títulos prefixados chegaram a oferecer até 15,58% ao ano.
A alta nas taxas ocorre em meio a um cenário de incertezas e desconfiança no mercado, mesmo após avanços legislativos relacionados ao pacote fiscal. O Tesouro Nacional enfrentou dificuldades em leilões recentes, com ausência de compradores para títulos prefixados e NTN-Bs. No último leilão, fora do cronograma habitual, nenhum dos 600 mil papéis ofertados foi vendido, e a recompra de títulos pelos credenciados ficou em apenas 10% do montante proposto. Esses eventos evidenciam uma cautela crescente dos investidores em relação à dívida pública.
O aumento das taxas impacta negativamente quem já possui títulos na carteira, devido à desvalorização dos papéis no mercado secundário. Mesmo sem a venda antecipada, a marcação a mercado reflete essa queda, afetando o valor percebido pelos investidores. A situação reforça as tensões no mercado financeiro e ressalta a importância de uma maior estabilidade fiscal e de medidas que restabeleçam a confiança dos investidores.