As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) avançaram nesta sexta-feira, com os papéis de curto prazo apresentando alta em torno de 40 pontos-base. O movimento reflete uma expectativa de aperto monetário mais agressivo por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) e preocupações com o cenário fiscal do Brasil. A taxa do DI para janeiro de 2026, por exemplo, passou de 14,654% para 14,86%, enquanto os contratos para os anos seguintes também registraram elevações.
O aumento das taxas curtas veio após o Copom ter surpreendido o mercado na última quarta-feira com uma alta de 1 ponto percentual na Selic, para 12,25% ao ano, superando as expectativas de parte dos analistas. Além disso, o Banco Central sinalizou a possibilidade de mais aumentos de igual magnitude no ano seguinte. As instituições financeiras, como o Itaú, já começaram a revisar suas projeções, com novas estimativas apontando para uma Selic de 15% em 2025.
No longo prazo, os investidores continuam apreensivos com a situação fiscal do país, especialmente diante da incerteza sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas. Além disso, qualquer evento político, como a questão de saúde do presidente, tem gerado volatilidade nos mercados. O recente crescimento econômico, embora inesperado, também foi visto com cautela, dado que pode não ser sustentável, impactando o risco-país e as expectativas para os próximos meses.