As taxas de juros futuras de médio e longo prazos registraram queda nesta quarta-feira, reflexo de ajustes técnicos e do otimismo crescente com a tramitação do pacote fiscal no Congresso. O movimento representa uma correção após semanas de altos prêmios de risco associados a incertezas sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal. As taxas para contratos de janeiro de 2027 e janeiro de 2031, por exemplo, recuaram para 14,47% e 13,81%, respectivamente, em comparação aos ajustes anteriores.
Esse cenário positivo é impulsionado pela expectativa de que as medidas de contenção de gastos propostas pelo governo sejam aprovadas ainda este ano, com negociações avançando entre os poderes Executivo e Legislativo. A publicação de novas diretrizes para emendas parlamentares contribuiu para melhorar o ambiente político e reduzir a percepção de risco. Analistas apontam que a reversão técnica também reflete uma correção natural após as altas significativas observadas nas últimas semanas.
Por outro lado, as taxas de juros de curto prazo subiram levemente, indicando que o mercado espera uma aceleração no ritmo de aumento da Selic. Operadores precificam uma probabilidade maior de o Copom elevar a taxa básica em 1 ponto percentual, considerando o atual cenário de inflação e as últimas sinalizações da política monetária. No cenário externo, dados alinhados às expectativas nos Estados Unidos reforçam a perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve no curto prazo, trazendo volatilidade aos rendimentos dos Treasuries.