As taxas dos DIs de curto prazo subiram nesta quarta-feira (4), refletindo a percepção do mercado sobre o potencial inflacionário da economia brasileira. Ao mesmo tempo, as taxas de longo prazo cederam, impulsionadas por ajustes técnicos e por declarações do ministro da Fazenda sobre o pacote fiscal do governo. A expectativa de um aumento de 100 pontos-base na Selic este mês avançou para mais de 44%, frente a 25% no início da semana. No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 foi ajustada para 11,763%, enquanto a de janeiro de 2026 ficou em 14,105%.
O crescimento de 0,9% do PIB brasileiro no terceiro trimestre deste ano também impactou o mercado, que passou a projetar novas elevações na Selic devido ao cenário de aceleração do IPCA e da manutenção de um dólar elevado. No entanto, as taxas mais longas sofreram quedas devido a ajustes técnicos, após recentes altas. O mercado também reagiu positivamente a declarações sobre o pacote fiscal do governo, que visam aprovar medidas no Congresso ainda este ano. Apesar disso, a percepção de um cenário fiscal complicado continua a limitar quedas mais profundas nas taxas.
Em relação ao exterior, os rendimentos dos Treasuries perderam força após dados econômicos dos Estados Unidos, o que ajudou a aliviar a pressão sobre a ponta longa da curva de juros brasileira. No entanto, o cenário fiscal ainda representa uma barreira para mudanças mais significativas nas taxas. De acordo com especialistas, a recuperação da credibilidade fiscal será essencial para uma queda substancial nas taxas de juros no futuro. O mercado agora aposta majoritariamente em um aumento de 75 pontos-base na Selic, com uma possibilidade crescente de uma elevação de 100 pontos-base.