Uma tábua de mármore gravada com os Dez Mandamentos, considerada a mais antiga do mundo, foi arrematada por US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 30,8 milhões) em um leilão realizado pela Sotheby’s, em Nova York. A peça, que pesa 52 kg e contém os versículos de nove dos Dez Mandamentos, foi descoberta em 1913 em escavações para a construção de uma ferrovia em Israel. A Sotheby’s acredita que a tábua tenha sido cunhada entre os anos 300 e 800 d.C., durante o período romano bizantino. Apesar do preço elevado, a autenticidade do objeto gerou controvérsias, com especialistas expressando dúvidas sobre sua veracidade.
A tábua foi adquirida originalmente por um arqueólogo, que reconheceu sua importância após ela ser usada como pavimento por 30 anos. Antes de ser leiloada, a peça passou pelo Museu da Torá, em Nova York, e foi adquirida por um colecionador privado. Os especialistas da Sotheby’s afirmam que não existem outros exemplares dessa natureza em coleções privadas, sendo as demais peças fragmentos preservados em museus. No entanto, a casa de leilões reconheceu que, apesar dos estudos realizados, o objeto ainda suscita discussões sobre sua datação e autenticidade.
O leilão ocorreu em meio a um cenário de ceticismo. Especialistas como Brian Daniels, do Penn Cultural Heritage Center, alertaram para a prevalência de falsificações em objetos dessa região, embora tenham sugerido que esta tábua possa ser genuína. A dificuldade em autenticar peças tão antigas foi destacada por Christopher Rollston, da Universidade George Washington, que questionou a possibilidade de determinar a antiguidade exata da tábua. Apesar das incertezas, a Sotheby’s defendeu a peça, destacando seu estudo detalhado e a citação em publicações acadêmicas recentes.