O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira, 6, para rejeitar o pedido de impedimento do ministro Alexandre de Moraes no inquérito sobre um suposto golpe de Estado. O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou que Moraes, por ter sido alvo de investigações relacionadas a planos de execução, não poderia continuar a relatar o caso. O STF, no entanto, entendeu que as acusações de Bolsonaro não configuravam situação que comprometeria a imparcialidade do ministro.
Os ministros da Corte, incluindo Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes, acompanharam o voto do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que refutou a tese de impedimento. Barroso ressaltou que o golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito são crimes que afetam toda a coletividade e não apenas vítimas individualizadas. O STF, portanto, decidiu que a alegação de parcialidade não justificava o afastamento de Moraes do caso.
Além disso, o tribunal rejeitou outros pedidos para que Moraes fosse afastado da relatoria de processos relacionados aos eventos de 8 de janeiro, incluindo os atos golpistas que marcaram a data. A decisão reforçou o entendimento de que a apuração desses crimes deve seguir sem interrupções, garantindo a continuidade das investigações no âmbito do Judiciário.